A incidência de problemas de saúde mental foi associada a uma maior probabilidade de ocorrência de fibrilação atrial, condição esta que provoca o batimento irregular e anormal do coração.
Até muito recentemente os cientistas acreditavam que essa associação se devia ao tipo de medicação antidepressiva comummente prescrita.
O estatístico e líder do estudo Morten Fenger-Gron, docente na Universidade Aarhus, na Dinamarca, disse: “É sabido que há de facto uma ligação entre a mente e o coração”.
“A depressão prediz de certa forma o desenvolvimento de doenças coronárias e piora significativamente o seu prognóstico. A nossa pesquisa pretendia investigar se a depressão está também na origem da fibrilação atrial”.
Esta condição é uma das mais comuns desordens do foro do ritmo cardíaco, sendo que 30% de todos os enfartes sejam provocados pela ocorrência inicial de fibrilação atrial.
Os cientistas observaram 785,254 indivíduos que começaram a ser tratados com antidepressivos entre 2000 e 2013, juntamente com uma amostra aleatória de um quinto da população dinamarquesa.
O risco de desenvolvimento de condições cardíacas foi avaliado um mês antes (período em que se assumia que os voluntários estavam deprimidos, mas ainda não estavam medicados) e após o começo da terapia.
E os especialistas concluíram que os pacientes que tomavam antidepressivos estavam 3,18 vezes mais predispostos a sofrerem de fibrilação atrial durante o primeiro mês do tratamento.
Esse risco tendia a diminuir no ano que se seguia – levando os cientistas a acreditarem que a culpa não é da medicação.
“A diminuição pode inclusive sugerir que o tratamento pode aliviar o risco”, explicou Fenger-Gron.
E acrescentou: “A mensagem para os pacientes que já sofrem de fibrilação atrial é que devem sim ter em atenção a toma de fármacos para tratar a depressão e devem falar com o seu médico sobre o assunto”.
Porém, o especialista e a sua equipa salientam que os fármacos desempenham um papel fundamental no tratamento da depressão.
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