O tumor de intestino é um dos tipos de câncer mais frequentes, especialmente se for do tipo colorretal, ou seja, quando afeta as partes finais do intestino grosso chamadas de cólon e reto. Nestes casos, estima-se mais de 34.280 novos casos por ano no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Contudo, o câncer de intestino é ainda mais abrangente, podendo atingir outras partes do órgão.
Perigoso, ele tem origem em hábitos inadequados e em alterações comuns. Assim, o diagnóstico precoce e a identificação dos sintomas do câncer de intestino são as melhores armas para evitar a doença.
O que é câncer de intestino?
A oncologista Sheila de Oliveira Ferreira, do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, explica que câncer de intestino é um tumor caracterizado pela multiplicação desordenada de células malignas em qualquer parte do órgão, que é dividido em intestino delgado, grosso, reto e ânus. Quando afeta o intestino grosso e reto, é chamado especificamente de câncer colorretal.
Se não for tratado, o câncer pode migrar para outras partes do corpo, por proximidade, pela corrente sanguínea ou linfonodos, e prejudicar diversas funções do organismo.
Quais são as causas?
Geralmente, esse tipo de tumor é fruto de fatores genéticos, evidenciados pela análise da história de câncer na família.
No entanto, também tem relação com fatores externos como pólipos intestinais, que são elevações inicialmente benignas na parede do cólon ou reto, e outros acometimentos inflamatórios do intestino.
Além disso, uma dieta gordurosa, com muita carne vermelha e poucas fibras também pode acarretar o problema. Não se sabe ao certo porque a alimentação ruim aumenta risco de câncer, mas algumas teses indicam que ela estimula a produção de células-tronco no intestino, que em grande quantidade podem originar tumores.
Como fatores de proteção, há a prática atividades físicas, fim do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas.
Sintomas
Fase inicial e intermediária
Os sinais de câncer de intestino mais comuns incluem:
- Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre)
- Desconforto ou dor abdominal ou retal
- Sangramento nas fezes e anal
- Anemia
Na fase avançada
Já na fase mais adiantada da doença podem surgir:
- Emagrecimento não explicado
- Dor abdominal progressiva
- Fadiga
- Falta de ar
Diagnóstico
Além da observação dos sintomas de câncer de intestino, o tumor pode ser diagnosticado precocemente por meio da coleta e análise de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou retossigmoidoscopias. Esses testes podem ser realizados em quem já apresenta sinais ou por quem está no grupo de risco.
De acordo com a oncologista Sheila de Oliveira Ferreira, acima de todos os outros testes, a colonoscopia é o principal exame para a detecção do câncer de intestino pois é capaz de visualizar o órgão e guiar biópsias de lesões suspeitas.
Esse problema tem cura?
Segundo a especialista, as chances de sobrevida desse tipo de câncer são de mais de 90% caso o diagnóstico ocorra nas fases iniciais.
Tratamento do câncer de intestino
Os cuidados dependem da localização e do estágio da doença, podendo abranger cirurgia, quimioterapia e, no caso dos tumores de reto, a radioterapia.
Cirúrgico
A cirurgia para câncer de intestino tem como objetivo retirar o tumor para evitar a metástase e outras complicações. É indicada para tumores em fases iniciais e também pode abranger a retirada de focos de metástases, principalmente se elas estiverem localizadas no fígado ou pulmão.
Radioterapia
Essa terapia é aplicada especialmente no caso de tumor retal ou anal, seja em conjunto ou separada da quimioterapia e cirurgia. O método abrange a exposição do câncer à radiação ionizante com o intuito de aniquilar ou inibir o crescimento das células malignas.
Quimioterapia
A quimioterapia pode ser feita após o tratamento cirúrgico, para eliminar quaisquer vestígios malignos, ou antes dele, para diminuir o tumor.
A terapia baseia-se na utilização de substâncias químicas para inibir e exterminar o câncer, podendo também ser administrada em conjunto com a radioterapia ou de forma isolada para controle da doença.