Muitas vezes o câncer de
próstata diagnosticado tardiamente precisa ser tratado com a retirada da
próstata, uma cirurgia chamada de prostatectomia radical. No entanto, a
cirurgia está ligada a problemas de ereção posteriores.
Isso pode ocorrer tanto devido
a problemas do paciente, como a idade, presença de comorbidades e a situação da
ereção antes da cirurgia, como também devido a danificação dos nervos erigentes
que pode ocorrer na operação, devido principalmente a localização do tumor.
No entanto, existem alguns
cuidados e tratamentos que ajudam o homem a recuperar sua ereção. Veja a
seguir:
1. Reabilitação sexual
Reabilitação sexual significa
ir voltando gradativamente a estimular o pênis no sentido de preservar a
qualidade do tecido erétil e aumentar a chance de recuperar sua capacidade de
ereção. Começar isso cedo faz diferença.
A reabilitação deveria se
iniciar antes da cirurgia. Conhecer o que vai se enfrentar ajuda muito. Além de
uma boa orientação sobre o que esperar depois do procedimento, o ideal é
iniciar os tratamentos para recuperar a potência sexual logo após o primeiro
mês da cirurgia. Os pontos já foram retirados, a sonda vesical já foi removida
e a dor no local se tornou mínima. Alguns centros preconizam já iniciar a
reabilitação sexual no dia seguinte à retirada do cateter vesical.
Voltar a mexer no pênis,
esticá-lo no banho e masturbar-se. Essas manipulações simples da genitália
devem ser estimuladas. O homem que passou pela cirurgia fica escaldado e pode
temer e evitar esses movimentos. Alguns enfrentam um quadro de depressão.
Assim, quanto mais cedo voltarem a perceber o pênis como órgão genital, melhor.
Os estudos mostram ainda que
se nada for feito após a prostatectomia radical, a inatividade sexual e a
ausência de ereções fisiológicas causam atrofia do pênis. Ele encurta e se
torna mais fibroso.
2. Medicação oral
Muitos homens podem desejar
recorrer aos medicamentos tradicionais, como sildenafila, vardenafila e
tadalafila. No entanto, durante os primeiros meses do pós-operatório pode haver
uma dificuldade de comunicação entre o cérebro e o pênis. Afinal, os tais
nervos erigentes que passam perto da próstata podem ter sido lesados no
procedimento. Além de esta lesão poder ser uni ou bilateral, ela pode também
ser completa ou parcial. Quando é incompleta, o nervo não foi totalmente
secionado, a recuperação da comunicação entre pênis e próstata acontece nos
primeiros seis meses.
Se isso tiver acontecido, os
medicamentos podem não gerar boa resposta, já que ela depende de nervos
intactos. Todavia só tentando é que o médico vai saber se houve ou não sucesso
com a medicação oral. Caso ocorram ereções rígidas o suficiente para penetração
vaginal, ótimo! Caso contrário, o retorno ao consultório é essencial para
ajuste do tratamento. Pois, o objetivo da terapia é proporcionar ereções
suficientes para penetração.
3. Terapia injetável
Quando as medicações orais não
funcionam, o médico pode optar por usar as injeções intracavernosas. Significa
administrar medicamentos que promovem a ereção diretamente no pênis. Nesse
caso, a terapia funcionará mesmo sem a comunicação do cérebro com o pênis,
mesmo diante da citada lesão completa ou incompleta dos nervos erigentes
naqueles seis meses iniciais. Sim, porque nesse caso o medicamento age direto
no local em que foi aplicado.
A terapia injetável é ideal
para este período, mas se torna muito importante que o médico faça um teste no
consultório e ocorra um treinamento para que a aplicação transcorra sem
surpresas. Conseguindo as ereções, elas devem ser produzidas ao menos uma vez
por semana.
Realmente a opção do tratamento
com injeção intracavernosa pode não ser para todos. Mas além de indolor, a
eficácia da terapia injetável costuma animar os homens na persistência com o
uso semanal. Obviamente, ninguém obrigará o paciente a aderir a um tratamento
que ele não deseja ou não se adaptou.
4. Bomba peniana
Existem alternativas como a
chamada bomba peniana? ou bomba de vácuo?. Elas realmente funcionam! Não com o
objetivo de aumentar o tamanho do pênis como propagandas enganosas alardeiam na
internet, mas para preservar o tamanho, minimizar a fibrose e atrofia peniana
depois das cirurgias como a prostatectomia radical. O uso do vácuo é outra
maneira de conseguir uma ereção. Nesse caso, o pênis será tracionado para cima
pelo vácuo. Preconiza-se o uso da bomba de vácuo gradativamente até conseguir
mantê-lo ereto durante 10 minutos. Diariamente ou, pelo menos, três vezes por
semana.
5. Prótese peniana
Quando todas as demais
alternativas se mostraram ineficazes ou o paciente não obtém uma boa adaptação,
podemos falar sobre os implantes penianos (próteses). Duas regras básicas: o
implante da prótese peniana não devolverá as ereções fisiológicas e não
produzirá aumento do tamanho do pênis. A prótese irá substituir aquele tecido
erétil, as sanfonas, por um material sintético.
Indicamos esta modalidade para
o tecido erétil considerado irrecuperável e isso nunca antes do primeiro ano de
pós-operatório. O implante garantirá uma rigidez suficiente para penetração
vaginal.
O pênis pode recuperar o
tamanho que tinha antes da cirurgia, mas nada além disso. E dependendo se a
prótese é maleável ou inflável, o aspecto do pênis será mantido como se
estivesse esticado (maleável) ou haverá um sistema mecânico que, quando
acionado (dispositivo na bolsa escrotal) provocará a alteração de estado
flácido para ereto. O implante peniano tem alta taxa de satisfação, mas precisa
ser bem indicado pelo médico e bem explicado para que o paciente não construa
falsas expectativas. Deve ser entendido como última alternativa, porque implica
em substituir o tecido erétil de maneira definitiva.