Tomar um analgésico muito
conhecido nos primeiros três meses de gravidez pode reduzir a quantidade de
óvulos de bebês do sexo feminino, afetando a fertilidade da menina no futuro. A
revelação foi feita por um estudo europeu publicado no periódico Human
Reproduction.
Analgésico prejudica a saúde do feto
Pesquisadores de diversas
instituições da Europa desenvolveram um estudo com células humanas em
laboratório que descobriu que Ibuprofeno pode prejudicar a fertilidade das
filhas se for tomado na gravidez de suas mães.
O medicamento, conhecido pelo
nome comercial Advil, tem ação anti-inflamatória que atrai pessoas que buscam
alívio para dor e febre sem prescrição médica.
O trabalho avaliou os ovários
de 185 corpos de fetos de sete a 12 semanas, alguns com resíduos de ibuprofeno
no sangue.
O resultado mostrou que a
exposição ao medicamento causa redução das células que dão origem aos óvulos.
Os principais efeitos foram observados sete dias após a exposição.
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Declínio global da fertilidade
O assunto chama atenção já que
outros estudos apontaram que mais de 30% das grávidas tomam ibuprofeno.
“Nós sabemos que as taxas de
fertilidade estão caindo com o passar dos anos e estamos buscando uma potencial
explicação para isso estar acontecendo", afirmou Rod Mitchell, estudioso
da Universidade de Edimburgo e co-autor da pesquisa. “O declínio é
relativamente recente, provavelmente causado por fatores ambientais (incluindo
analgésicos) e sociais", ponderou em entrevista ao jornal The Guardian.
Embora sejam necessários mais
estudos para confirmar a teoria e entender se ela se aplica a homens e a outros
períodos gestacionais, o cientista recomenda que mulheres grávidas apenas tomem
medicamentos quando necessário, na menor e mais curta dose possível e com
acompanhamento médico.
Conheça outros riscos
Não é a primeira vez que esse
medicamento é relacionado a efeitos colaterais graves. Um estudo
norte-americano revelou que o uso prolongado e intenso de ibuprofeno pode
causar infertilidade masculina por alterar a fisiologia do testículo de
adultos. - Já outro trabalho científico
revelou que esse analgésico aumenta risco de infarto em 31%.