Nem sempre os males que acometem o
organismo são visíveis, alguns sintomas podem indicar um caminho de
investigação. Os exames laboratoriais ajudam à formação de um diagnóstico
correto que possibilite a prevenção ou o tratamento adequado dependendo do estágio
da doença. Alguns problemas hepáticos se incluem nestes casos, por isso é comum
o médico pedir exames como fosfotase alcalina e GGT, parte das chamadas provas
de funções hepáticas.
FOSFOTASE ALCALINA
A enzima fosfatase alcalina é encontrada em
praticamente todo o tecido do corpo, concentrando-se, principalmente, no
fígado, nas vias biliares e nos ossos. Por isso, o exame é pedido nas suspeitas
de problemas hepáticos mas também de problemas ósseos, indicando o aumento da actividade
de formação óssea. A colecta é feita em uma veia do antebraço e é desejável que
a pessoa esteja em jejum, apesar de não ser necessário.
O exame normalmente é indicado em casos que
há queixas de dor óssea difusa, apresenta algum tipo de deformidade óssea ou
tem fracturas com pequenos traumatismos. No entanto, há casos em que a taxa
alta não significa doença. A fosfatase alcalina pode ser alterada por gravidez,
na cicatrização de fracturas ou apenas como um reflexo do crescimento em
crianças e adolescentes ou da diminuição de massa óssea em pessoas acima dos 60
anos.
Os pedidos mais comuns, no entanto, são
para investigação de distúrbios hepáticos, em casos em que o paciente apresenta
sintomas como icterícia, abdome dilatado, urina escuras, fezes claras,
quadrante superior direito do abdome dolorido e prurido.
Como a fosfatase alcalina alta é observada
em praticamente todos os problemas hepáticos, o exame reflecte o sofrimento das
células nos ductos biliares, indicando obstrução do fluxo biliar provocada por
cálculos biliares ou tumores que bloqueiam o caminho da bile até o intestino ou
a vesícula.
A taxa alta da enzima pode ser causada por
uso de medicamentos ou drogas, e por alguns tumores, como os pulmonares,
ovariano, prostático, testicular, laríngeo, gástrico, leucemias e cólon/reto,
além de doenças como o chamado fígado gordo, hepatite, cirrose, coléstase,
colangite, alguns tipos de herpes, hemólise, alcoolismo crónico, mononucleose,
vermes, hiperfunção suprarrenal cortical, excesso de contraceptivos orais,
septicemias, inflamações gastrointestinais, sarcoidose, tirotoxicose e colite
ulcerosa.
GGT
O exame de Gama Glutamil Transferase, ou
GGT, por sua vez, faz a medição dessa enzina no fígado. O exame é feito através
de colecta de sangue venoso no antebraço e deve ser realizado,
preferencialmente, em jejum, uma vez que os níveis de GGT caem após as
refeições.
A elevação da enzima Gama Glutamil
Transferase indica qualquer doença que destrua as células do fígado, os
hepatócitos: a própria obstrução dos ductos biliares, inflamações ou infecções.
Ele é usado para rastrear distúrbios hepáticos e/ou abuso de álcool, e ainda
estabelecer a diferença entre a doença óssea ou hepática nos casos em que o
exame de fosfatase alcalina apontou elevação da taxa.
Como enzima mais sensível para detectar
problemas nos ductos biliares, a sua alteração aponta alguma lesão, mas, de
forma individual, o exame não é suficiente para distinguir a causa da disfunção
hepática.
A GGT altera-se mesmo com pequenas
quantidades de álcool ingerido, mas a taxa é proporcional à quantidade, sendo
útil, também, para fazer a distinção entre um consumidor de álcool agudo ou crónico.
